terça-feira, 15 de novembro de 2016

Texto no cabide: E agora Tião?

Tião, tudo mudou depois daquela vez que escrevi uma música/carta pra você. Eu realmente acreditava que era um peso viver, e agora já rio de pensar que naquela época eu insistia na ideia de que não havia saída. Sou feliz Tião, embora ainda me depare com alguns medos. Consigo ser feliz em meio ao caos, e dessa vez a felicidade que tanto insisto em te mostrar é a de poder construir minha própria história, de descobrir a cada dia quem sou, da forma mais apaixonada e complexa que você pode imaginar.
Sei que compreendes minhas questões. Quando escrevi pra você na minha adolescência, eu ainda chorava com um nó na garganta de medo do futuro, das decisões e do amor. Nunca me esqueço daquela frase que você mandou pra mim: "Não te dê um trato moleque, vamos aguardar pra ver o que a vida nos reserva". Anotei em um caderno, e sempre que chorava, eu lia tentando tirar do fundo da memória o tom de voz que você usaria para falar aquilo.
Eu amadureci Tião? Não sei, ainda me descontrolo assistindo episódios de Doug. Quando se trata de amor, perco as estribeiras, me intensifico nas emoções, mas consigo ser quem queria ser. Eu queria ser isso mesmo, eu vou me tornar isso mesmo. Não vou sofrer de não ser o que sonhei pra mim. Caminho assim na vida, me diz Tião se é assim que se anda por ela.

https://www.youtube.com/watch?v=ifpeTSNHXMs