Entramos no mesmo barco juntos, e em meio a tantas tempestades, conseguimos remontar o casco deste barco. Organizamos juntos o movimento do remo, dispersamos tubarões e analisamos de forma ingênua a direção do vento. Você com sua mania de seguir o ritual cotidiano da forma mais metodológica possível, junto a mim, com a vontade insana de deixar as coisas acontecerem sem muito planejamento, construímos um lindo percurso em cima do mar, mais especificamente, na baía de todos os santos.
Foi nesse percurso que
aprendi muita coisa sobre a vida. Aprendi que quando alguém mente, pode ser
chamado de “potoqueiro”. Compreendi que pandas tem suas subjetividades, que
gostam de um tom de verde específico, que se alimentam de coxinha e são
ciumentos. Foi nessas conversas navegando sobre o mar, que compreendi que o
destino realmente queria nos juntar para vivenciarmos a irmandade.
Somos migrantes, e
viemos de terras longínquas, somos o testemunho da saudade, como também da
busca de sonhos. Somos amantes das artes, forasteiros errantes numa cidade
cheia de legos em montagem, em ruínas. Provamos com exatidão o gosto do bom acolhimento,
e de igual modo, da frieza de quem deixou cair no caminho parte de seus sonhos.
Rimos muito de tudo,
choramos, nos entediamos, ficamos nervosos e quisemos matar os mesmos leões
durante vários dias. Mal sabíamos que duraríamos estes 9 meses juntos, é o
período de uma gestação, confirma mais uma vez a irmandade, somos irmãos
gêmeos. A partir daqui então haverá o nascimento, o crescimento e o amor pelo
desbravamento. Hoje, nesta sexta-feira 13, de um dia lindo, te agradeço mana por
existir e compartilhar a vida comigo.