Hoje parei os deveres e me debrucei em algo que há tempos queria fazer: Criar novos personagens para marcadores de páginas do Cabide de Biongo!
quarta-feira, 21 de maio de 2014
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Texto no Cabide: Sobre Deus
Eu desci as escadas do sótão e encontrei Deus lá de pijama, sentado, tocando piano. Não sabia distinguir ao certo que música era, mas era Jazz, tenho quase certeza disso. Ele riu, finalizou a música, iniciou uma outra, olhou pra mim e sinalizou com a mão, pedindo que eu sentasse ali do lado. Sentei, não resisti, abracei, mais um vez ele riu e retribuiu o abraço e, ficamos por ali demasiadamente juntos, não havia espaço entre nós, era um abraço de verdade, a música continuava, agora conseguia identificar, era “Let it be”.
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Texto no cabide: O quarto
E diziam por aí, de boca em boca, que ele tinha entrado
naquele quarto que ninguém antes entrou, e que havia vindo de lá quieto,
aparentemente normal, mas cheio de mudanças. Tudo mudou, a forma de falar, o
jeito como pensava, as expressões já não vinham em formas de palavras, elas
sussurravam de forma fragilizada pelo olhar.
Ele tinha certeza do que tinha visto, e estava contente em ter sido o primeiro e único até então a descobrir o que existia dentro daquele quarto, ao mesmo tempo em que refletia sozinho com o medo, o medo de ter descoberto aquilo que levaria tempos a ser desvendado.
Já não importava mais as conversas em cada esquina da cidade, pouca importância era dada aos risos combinados de quem criticava a atitude inovadora. Ele sabia que teria que conviver com tal ignorância. Muita coisa tinha sido deixada naquele quarto, a impaciência, os apegos materiais, o choro, os preconceitos. Tudo havia se despencado como num descuido qualquer de deixar cair da mão o que restava, no entanto permanecia ainda o medo, apenas ele permaneceu, bem menor que antes, mas ainda permanece, permanecerá, como se fizesse parte do ser que ele era, ou como se fosse ele mesmo o próprio medo.
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