domingo, 28 de dezembro de 2014

Texto no cabide: Borboleta e vôo

De cá percebi a borboleta presa na palheta que limpa o para-brisa do carro. A primeira dúvida que surge: Estaria ela morta? De certo estava. Se estivesse viva recorreria ao bater das asas para tentar desprender-se.
Comentei sobre a borboleta presa, falei da cor amarela dela, especulei sua morte. O motorista riu.
Não sei ao certo o que me incomodava naquela imagem. Refletia sobre o vôo. 
No dia anterior eu havia escrito um verso sobre o “vôo livre”, comparava ao amor, talvez caberia perfeitamente enquanto metáfora. Novamente ao olhar a imagem da borboleta morta, presa naquela palheta que a capturara em movimento repentino, percebo a força desta metáfora em relação ao amor. Não contrario o pensamento de que o vôo é livre assim como o amor, considero adicional a isso que o vôo é incerto, às vezes trágico, assim como o amor.

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