sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Aquele caso no cabide: Cabelo Black - Capacete, capelo e poltrona de ônibus

 Capacete
Tamires Lima, negra, amante do seu black power, Designer e Ilustradora.

Ter o cabelo Black bem redondinho é o sonho de muitos. E como sabemos Black não esquenta (até protege do sol) e ao contrário do que se pensa ele é levinho, é um cabelo nuvem. Já o capacete é uma armadura. Pesado e rígido nos protege também. Mas o que acontece quando usamos os dois? O cabelo amassa e fica no molde do capacete-armadura. E ainda tem quem diga que nosso cabelo-nuvem é armado. Na verdade ele é tão dócil que está sempre a mercê dessas coisas que colocamos em cima dele. Pois então, para devolvermos a sua forma nuvem original, sugiro o cafuné com os dedos ou usar o pente-garfo que penteia sem desfazer os cachos. Eu uso capacete o tempo mínimo necessário e deixo meu cabelo solto logo. Pois ter cabelo Black é não querer apaziguá-lo dando forma bruta a ele. É atitude de sair por aí com sua forma original, e como diz a expressão “com a cabeça nas nuvens”.


Capelo
Lorena Morais, jornalista, autora do blog Encrespando, defende a identidade natural do cabelo crespo.

Ao concluir a graduação e realizar minha formatura, pensei como eu iria fazer para usar o capelo, já que meu cabelo black power é bem volumoso. Pensei em trançá-lo ou usar um turbante, para caber na cabeça, mas pensei o quanto meu cabelo representa resistência para mim. Pensei que a formatura deve se adaptar a nós e não a gente a ela. Por isso fui com meu cabelo volumoso disposta a encarar o que fosse. Mas mesmo assim pensei: e se não der na minha cabeça? Mas aí fui e na hora de experimentar, eis a surpresa: o capelo coube em minha cabeça! Aí descobri que ele tem um ajuste, ou seja, vamos todas e todos de Black Power na formatura para causar. Nós podemos!


Poltrona de ônibus
Deisiane Barbosa, Graduanda em Artes Visuais pela UFRB. Cachoeirana, nômade, escritora de fios, performer-brincante, ensaiando para fotógrafa e pretensa videasta


Uma hora se cansa e o pescoço pede sossego, porque não só ele, mas todo o corpo reclama de estar eternamente sentado. O que pode-se então fazer? Como se remediar? Meu caro, minha cara, cuja densa cabeleira reclama da rispidez das poltronas, não há jeito mesmo, conforme-se, guarde a vaidade no bolso, perdoe seu pescoço, relaxe, contenha-se, acalme-se. Ao término da viagem, se você for muito sortudo pode ser que uma só sacudida resolva. Um desamassa aqui, desamassa ali, pra ficar bom. Por outro lado possa ser que só depois de recorrer a um espelho, um pouco de umidade e creme de pentear a coisa se resolva. Nesse caso, porém, até conseguir um espelho o que fazer senão se expor com a insegurança, a impressão tenebrosa de que seu cabelo está medonhamente amassado? Só os que sofrem me entenderão. Mas acreditem, um dia a coisa é superada, um dia quem sabe até adaptem as poltronas para os cabelos mais exigentes. Eis uma esperança na qual agarrar-se. Até lá porém, entregue-se às poltronas de ônibus, não resista tanto, deite e role. E se amassar? Paciência. E se bagunçar? Paciência! “Levante, sacode a poeira e dá a volta por cima”.

2 comentários:

  1. Lindo post Lucas ! eu na minha formatura de ensino médio raspei a cabeça ,achando que não ia ficar legal com o capelo ,depois na formatura da faculdade fiz igual a Lorena ,decidi ousar e o capelo que teve que se adaptar ao meu cabelo .Foi o que aconteceu .Nós também podemos ,como disse ela! Chegar de tentar adaptar nossa identidade as ocasiões .Abraços Jota

    ResponderExcluir
  2. Oi, tudo bom?
    Queria muito ver as fotos, porém não abre em nenhum navegador.
    Poderia me enviar? principalmente a com capelo, pois estou neste dilema de não saber o que fazer com meu black. Obrigada!!

    pode mandar nesse email. ( milena.lims@outlook.com )
    Abç!!

    ResponderExcluir